
PARA A VIDA CONTEMPORÂNEA
Heber Aleixo > Uma Palavra aos Solteiros
Uma Palavra aos Solteiros
12/06/2012 19:59Achei muito interessante o texto e certamente serve para nossa reflexão!
No dia dos namorados, UMA PALAVRA AOS SOLTEIROS.
Por ocasião do Dia dos Namorados, aproveito para compartilhar algo para os solteiros, escrito por um amigo.
Somos seres "inteiros" e não precisamos de outro para nos completar. Procuramos alguém para dividir os dias, compartilhando na vida, coisas boas e ruins.
Portanto, amigos solteiros e solteiras, não sintam-se nem um pouco constrangidos num dia como hoje.
Se não são solteiros por "vocação" (e pouquíssimos o são), esperem e procurem com tranquilidade e paciência alguém legal, com quem dividir a vida. Sem pressão. Afinal, para esse caso, valeu muito o ditado: "antes só do que mal acompanhado".
Segue o texto:
A DIGNIDADE DOS "SOZINHOS"
Pr. Eduardo Rosa Pedreira Públicos
Algumas de nossas igrejas ainda não estão devidamente preparadas para lidar com a situação de homens e mulheres “sozinhos”. A começar pela designação que damos a estes irmãos. Eles podem ser corretamente chamados de sozinhos? Não! Isto porque sua suposta solidão é meramente afetiva ou conjugal, mas fraterna e espiritualmente tais irmãos e irmãs não estão sozinhos. Portanto, aqui neste texto entende-se por sozinhos afetivos aqueles que são solteiros por opção ou circunstância, viúvos, divorciados, etc. Este já é um grupo significativo no seio das nossas igrejas. Como a igreja é uma comunidade cuja base é essencialmente familiar e portanto suas programações são voltadas com ênfase para a família, os “sozinhos” nem sempre encontram espaço para existir dentro de nossas igrejas. Esta é uma situação que precisa mudar urgentemente, sob pena de deixarmos a margem pessoas tão preciosas e queridas ao coração de Deus.
A IGREJA PRECISA ENTENDER QUE:
1. A dignidade de um ser humano não está na sua condição conjugal.Em algumas de nossas igrejas, as pessoas que não estão ligadas formalmente por um casamento são quase sempre, olhadas com desconfiança. Parece que tais pessoas são percebidas na perspectiva do fracasso, como se o fato de não estarem casadas por qualquer razão, lhe desse um atestado de fracasso ou de incompetência. Isto gera, ainda que inconscientemente, um certo tom de indignidade na relação com muitos setores da Igreja. Tal realidade não deveria acontecer e muito menos permanecer. O “sozinho” é tão digno quanto aquele que está casado, isto porque a dignidade de um ser humano não pode ser medida pelo seu “status” conjugal. Seu estado de solidão é uma conjuntura histórica que não rouba do “sozinho” sua dignidade. Em muitos casos é mais digno quem está só do que aqueles que vivem uma relação conjugal doentia, desumanizadora e sobretudo hipócrita. Um casamento de fachada é muito pior do que alguém que assumiu sua condição de “sozinho”, conjugalmente falando.
2. É possível uma amizade genuína com aqueles que estão sozinhos.A mulher solteira, divorciada, etc., sofre uma terrível e velada rejeição por parte de algumas irmãs casadas. Muitas não podem nem se aproximar dos maridos, que as esposas acham imediatamente que a “mulher sozinha” está tendo uma “segunda intenção” ou coisas deste gênero. Igualmente, as mulheres solteiras sofrem o assédio dos “Dons Juans” de plantão, que até mesmo na igreja existem, e em número mais surpreendente que poderíamos esperar. Assim, com tantas “segundas intenções”, o “sozinho” vai sendo privado de ter amizades genuínas pois está quase sempre sendo visto numa perspectiva interesseira. Uma pessoa sozinha, afetivamente falando, é alguém que não pode ser tratada com desconfiança somente pelo fato de estar só. Essas pessoas são plenamente capazes de desenvolver amizades genuínas e sinceras sem que necessariamente se precise ter outras intenções. Até porque o “sozinho” que aprendeu a lidar com sua situação não faz de sua vida um satélite girando em torno da obsessão de encontrar alguém. O “sozinho” não é necessariamente alguém que está a procura de outro ou outra. O “sozinho” pode estar ocupado com muitas outras coisas que não a busca de um parceiro ou parceira.
3. ESTAR sozinho não é o mesmo que SER sozinho.Definitivamente a igreja precisa ter sensibilidade para perceber que estar sozinho é uma condição histórica e não um estado emocional ou espiritual. Circunstancialmente pode-se dizer que alguém está sozinho, mas no caso do cristão, jamais se pode dizer que se é solitário. Isto porque há indissolúvel elo entre Deus e seus filhos. Nada pode separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus. Nem divórcio, nem viuvez, nem a situação de solteiro, nada pode romper os laços que nos unem ao amor de Deus.Diante disso não há como tratar uma pessoa “sozinha” com indignidade ou desconfiança, pois ela, em alguns casos, pode estar melhor acompanhada do que aqueles que, dentro do casamento, vivem a famosa e sempre escondida “solidão a dois”. Nossa esperança é que a igreja entenda estas verdades e mude seu comportamento para que, de fato, todos possam encontrar dentro dela espaço para louvar e amar a Deus que não faz acepção de pessoas.
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